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Responsável pela coloração da pele e do cabelo

MELANINA

A melanina é responsável pela coloração da pele e do cabelo, e é amplamente conhecida por sua capacidade de absorver energia da luz ultravioleta (UV), reduzindo assim o dano ao DNA. Além disso, possui alto potencial antioxidante que atua na eliminação das espécies reativas de oxigênio (ROS). Sua síntese, processo conhecido como melanogênese, ocorre predominantemente nos melanossomas, que são produzidos por células dendriticas na camada basal da epiderme, denominados como melanócitos.

 

Existem diversas formas de melanina, sendo as mais comuns: feomelanina, que inclui tons de amarelo, vermelho e castanho claro; eumelanina, confere tonalidade marrom escuro a negro. Ambas não diferem apenas na cor, mas também no tamanho, formato e embalagem de seus grânulos e derivam de uma via comum dependente da tirosinase com o mesmo precursor, a tirosina.

 

A tirosina é um aminoácido que serve de substrato para a enzima tirosinase, onde ocorre sua hidroxilação a 3,4-dihidroxifenilalanina (DOPA) e logo é oxidada a DOPAquinona. Após sua produção dentro dos melanossomas, é transferida aos queratinócitos por uma variedade de mecanismos, onde será transportada e degradada. A formação, a maturação e o tráfico de melanossomas são fundamentais para a pigmentação, e os defeitos neste processo levam a despigmentação.

 

MELASMA

 

O melasma é uma hipermelanose crônica adquirida na pele, caracterizada por máculas de coloração marrom com contornos irregulares em regiões fotoexpostas, principalmente na face, e está associado à vários fatores etiológicos, como exposição solar, gestação, distúrbios endócrinos, uso de contraceptivos orais, drogas fotossensibilizantes e predisposição genética.

 

Favorece fototipos intermediários e indivíduos de origem oriental ou hispânica que habitam áreas tropicais. No entanto, predomina no sexo feminino, sendo mais comum em mulheres adultas em idade fértil, podendo, porém, iniciar-se pós-menopausa, e ocorre com menos frequência no sexo masculino.

 

Dentre os muitos fatores associados ao melasma, a radiação UV e a exposição à luz visível são as causas mais importantes no seu desenvolvimento e agravamento. A exposição à radiação UV gera a peroxidação dos lipídeos da membrana celular, formando ROS que levam os melanócitos a produzir uma quantidade exacerbada de melanina, ocasionando o melasma.

 

PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS

 

Peelings

 

Um dos recursos utilizados para melhorar a qualidade da pele são os peelings químicos, procedimento eficiente para tratar várias disfunções e transtornos estéticos, onde se faz uso de algumas substâncias, como ácido glicólico, retinóico, tricloroacético e fenol, por exemplo, que promovem a esfoliação cutânea e estimulam a renovação celular.

 

Como resultado, ocorre a descamação da pele obtendo aspecto jovial e reduzindo as manchas. Os peelings são classificados em quatro grupos de acordo com sua profundidade: muito superficiais, superficiais, médios e profundos. Quanto mais profundo, mais visíveis serão os resultados, porém os riscos e o desconforto no período pós-procedimento podem aumentar significantemente.

 

Microagulhamento

 

O microagulhamento induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas. O rolo é de polietileno e composto por agulhas de aço inoxidável e estéreis, as quais são posicionadas proporcionalmente em fileiras, totalizando entre 192 e 540 unidades. O comprimento das microagulhas varia de 0,25 mm a 2,5 mm de diâmetro (LIMA, LIMA E TAKANO, 2013)

 

Esta técnica é uma estratégia para aumentar a permeação de ativos para as diferentes camadas da pele, principalmente as mais profundas, sem danificar a epiderme. Além disso, estimula os mecanismos regeneradores naturais do corpo (Ramaut et al., 2017).

 

As pequenas agulhas atingem a derme papilar e reticular, onde ocorre uma microlesão da barreira epidérmica, acarretando em um estimulo de TGF β3, demonstrando a atividade não inflamatória do processo cicatrizante.

Laser de Corante Pulsado (PDL) e Luz Intensa Pulsada (IPL)


O embasamento científico sugere que as interações entre a vascularização cutânea alterada e os melanócitos influenciam no desenvolvimento da hiperpigmentação, demonstrando que a maior vascularização é uma das causas, desempenhando um papel importante na patogênese do melasma. O PDL tem como alvo o componente vascular em lesões de melasma, diminuindo assim a estimulação dos melanócitos e recaídas subsequentes (Hassan et, al,. 2018).

 

A IPL emite um amplo espectro de luz na faixa de 400-1200 nm, onde atinge os cromóforos da pele, incluindo a melanina, hemoglobina e água, portanto pode tratar com sucesso o pigmento epidérmico e o componente vascular.

 

Referências

 

Yamaguchi Y1, Hearing VJ. Melanocytes and their diseases. Cold Spring Harb Perspect Med. 2014 May 1;4(5). pii: a017046. doi: 10.1101/cshperspect.a017046.

 

Handel AC1, Miot LD2, Miot HA2. Melasma: a clinical and epidemiological review. An Bras Dermatol. 2014 Sep-Oct;89(5):771-82.

 

Sarkar R1, Arsiwala S2, Dubey N3, Sonthalia S4, Das A5, Arya L6, Gokhale N7, Torsekar RG8, Somani VK9, Majid I10, Godse K11, Ravichandran G12, Singh M13, Aurangabadkar S14, Salim T15, Shah S16, Sinha S17. Chemical Peels in Melasma: A Review with Consensus Recommendations by Indian Pigmentary Expert Group. Indian J Dermatol. 2017 Nov-Dec;62(6):578-584. doi: 10.4103/ijd.IJD_490_17.

 

Ramaut L1, Hoeksema H2, Pirayesh A3, Stillaert F2, Monstrey S2. Microneedling: Where do we stand now? A systematic review of the literature. J Plast Reconstr Aesthet Surg. 2017 Jun 17.

 

Hassan AM1, Elfar NN1, Rizk OM2, Eissa NY1. Pulsed dye laser versus intense pulsed light in melasma: a split-face comparative study. J Dermatolog Treat. 2018 Feb 23:1-8. doi: 10.1080/09546634.2018.1441487. [Epub ahead of print].