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Oxibutinina na Hiperidrose e a relação com depressão e ansiedade

Como ontem dei aula sobre desodorantes e antitranspirantes, quando terminei fui pesquisar sobre novidades em tratamentos para a hiperidrose e fui muito feliz ao encontrar esse estudo que quero indicar que leiam, pois além de ser inédito, está liberado na íntegra.


O estudo foi liderado pela Psicologa Débora Yumi Ferreira Kamikava com colaboração dos médicos Nelson Wolosker, Marcelo Fiorelli Alexandrino da Silva, José Ribas Milanez de Campos e Pedro Puech-Leão, todos ligados ao Hospital das Clínicas de São Paulo.


A hiperidrose é uma disfunção das glândulas écrinas, responsáveis pela produção do suor écrino, que é praticamente 99% de água, alguns minerais, lactatos, ureia e que são responsáveis pela termoregulação e para hidratação da pele. No entanto, em casos de hiperidrose, o sinal para as inervações que envolvem as glândulas écrinas são enviados, sem que haja necessidade de reduzir a temperatura. Outro ponto que devo lembrar é que as palmas das mãos e plantas dos pés respondem mais aos estímulos psíquicos do que térmicos e portanto, pessoas com hiperidrose, além de transpirarem mais, o estudo cita uma redução no score de qualidade de vida devido a ansiedade e depressão relacionada com essa disfunção.


Os pesquisadores avaliaram 81 pacientes, a maioria com hiperidrose na região das mãos e axilas.

A oxibutinina foi prescrita por cinco semanas. Na primeira visita, os pacientes receberam 2,5 mg de oxibutinina para serem tomados uma vez ao dia, à noite. Eles foram instruídos a aumentar a dose para 2,5 mg duas vezes ao dia durante a segunda semana e para 5 mg duas vezes ao dia do 15º ao final do 35º dia, quando a última consulta foi agendada.


A conclusão dos pesquisadores foi que Pacientes com hiperidrose que experimentaram melhorias na sudorese imediatamente após o tratamento com oxibutinina exibiram pequenas melhorias nos níveis de depressão e melhorias significativas nos níveis de ansiedade e na qualidade de vida. Uma melhora na ansiedade foi diretamente associada a uma melhora na sudorese. Esses resultados enfatizam a importância de tratar a hiperidrose imediatamente após o diagnóstico, para evitar que os pacientes sofram possíveis consequências emocionais devido à essa disfunção.


Lembrando que também podemos usar as formas de alumínio (cloreto, cloridróxido e sesquicloridrato) em concentrações de 12,5% a 20% para controlar a secreção écrina e a sudorese excessiva.


Grande abraço e tenham todos uma excelente semana!

Lucas Portilho


Kamikava DYF, Wolosker N, Silva MFAD, Campos JRM, Puech-Leão P. Symptoms of anxiety and depression in patients with primary hyperhidrosis and its association with the result of clinical treatment with oxybutynin. Clinics (Sao Paulo). 2021 Jun 28;76:e2892. doi: 10.6061/clinics/2021/e2892. PMID: 34190853; PMCID: PMC8221552.