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Novo exame de sangue pode ajudar a entender melhor o seu relógio biológico

Você se considera uma pessoa do dia ou da noite? Está pronto para correr às seis da manhã ou gostaria que o dia só começasse depois do meio-dia? Não há certo ou errado nesse caso. Tudo depende do nosso ciclo circadiano – o famoso relógio biológico.

O motivo pelo qual cada um funciona de um jeito (mais horas de sono para conseguir descansar, ter mais energia logo quando o Sol nasce, etc.) é genético. O Nobel de Medicina e Fisiologia do ano passado foi concedido a três cientistas por seus estudos nessa área. Eles conseguiram isolar o gene responsável pelo ritmo circadiano – que nos seres humanos leva 24 horas e 18 minutos para se completar.

Ir contra o relógio interno pode fazer mal à saúde. Viver em um “fuso horário” duas horas fora do ideal já é o suficiente para aumentar o risco de obesidade, diabetes e depressão. Mas como descobrir o que funciona para você?

Uma nova pesquisa da Universidade Northwestern, nos EUA, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, desenvolveu um exame sanguíneo que pode ajudar a entender o relógio biológico de cada um. O projeto, chamado de Time Signature, diz levar apenas 90 minutos para saber se o corpo da pessoa está funcionando da maneira correta.

Todos os órgãos do corpo atuam seguindo o ritmo circadiano, e foi assim que os cientistas chegaram ao teste final. A cada duas horas, eles coletaram amostras de sangue de um grupo de voluntários. Em seguida, essas amostras foram analisadas para determinar a atividade de 20 mil genes (que se altera naturalmente ao longo do dia).

Usando essas informações, eles mapearam os momentos do dia em que as funções do corpo estão em plena atividade. Com isso, o Time Signatureprecisará de apenas algumas amostras de sangue do paciente para comparar com as bases de dados e ver se o seu ritmo circadiano, que é influenciado por fatores como temperatura e luz (dia e noite), está de acordo com o local em que a pessoa vive.

Segundo os autores da pesquisa, os resultados poderão ser usados, por exemplo, para encontrar o melhor horário para um medicamento ser tomado. Como cada um possui o próprio relógio biológico, achar o momento certo para determinados remédios farão com ele tenham tenham resultados mais efetivos. “Se o relógio do corpo de uma pessoa está muito fora do que deveria ser, isso pode ser um fator de risco para uma doença”, disse a professora Ravi Allada, uma das autoras do estudo, à revista do Instituto Smithsonian.