Exposição Aguda a Poluentes Promove Alterações nas Propriedades Biofísicas da Pele
A poluição do ar é o fator de risco ambiental mais importante
para a saúde humana, promovendo efeitos crônicos e agudos e afetando vários
sistemas e órgãos.
A pele, como a camada mais externa do corpo, serve como a primeira e importante linha de proteção contra fatores ambientais prejudiciais, como a poluição do ar.
Vários poluentes presentes no ar podem causar danos à pele, tanto pelo contato direto com a pele quanto por absorção sistêmica pelo trato respiratório ou digestivo e atingindo a corrente sanguínea.
Matéria
Particulada (PM2,5)
Os
poluentes causados pela matéria particulada (PM2,5) podem transportar
hidrocarbonetos poliaromáticos (PAHs), que são altamente lipofílicos e,
portanto, penetram com facilidade na barreira da pele, alterando o seu
funcionamento, o que resulta em estresse oxidativo e danos inflamatórios pela
reação com proteínas da pele, lipídeos e moléculas de DNA.
Bifenilos
policlorados, outras PMs tóxicas
Podem causar deformidades através da bioacumulação.
Efeitos Nocivos da
Poluição à Pele
Alguns estudos na última década investigaram a associação entre poluição do ar e saúde da pele. Os estudos encontraram uma associação de longo prazo entre envelhecimento da pele e poluição do ar ambiente, bem como envelhecimento da pele e poluição do ar interior.
A exposição à poluição causa:
® Indução
do estresse oxidativo;
® Produção
de espécies reativas de oxigênio (superóxido e hidroxila);
® Secreção
de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α, IL-1α e IL-8);
® Aumento de MMP’s (MMP-1, MMP-2 e MMP-9)
Resultados
Esse estudo teve como objetivo avaliar a associação entre a exposição aguda a poluentes do ar com as características biofísicas da pele. Os resultados obtidos foram:
ü Foi
observada uma associação positiva significativa entre o conteúdo de sebo do
braço com a exposição a PM2,5 e SO2, a TEWL do braço e da
testa com NO2, a fricção do braço e da testa com O3 e a
hidratação da testa com PM2,5 e PM10 em intervalos
iniciais;
ü Houve uma associação negativa significativa entre o índice de melanina do braço, elasticidade e índice de eritema com a exposição ao O3, e elasticidade da testa com a exposição a PM2,5 e PM10.
Conclusão
Esses resultados demonstram que a exposição a curto prazo a
poluentes atmosféricos particulados e gasosos têm efeitos prejudiciais nas
propriedades biofísicas e biomecânicas da pele. Essa associação variou em toda
a área corporal e dependeu do tipo de poluente.
Referências
bibliográficas
SHAMSIPOUR, M.; NASROLLAHI, S. A.;
HASSANVAND, M. S.; YAZDANPARAST, T. et
al. Short-term
effects of exposure to air pollution on biophysical parameters of skin in a
panel of healthy adults. Dermatologic Therapy, n/a, n. n/a, p. e14536,
2020/11/13 2020. https://doi.org/10.1111/dth.14536.